A minha menina

Boas.
A história de uma paixão que começou ontem,.
Logo que a vi foi amor à primeira vista… Pretinha, como gosto, espalhando a sua classe pelas ruas de Amesterdão.
Não pude evitar pensar nas longas horas que ia passar em cima dela.
E foi assim que decidi. Comprei a bicicleta.
Comprar bicicletas em Amesterdão é um processo peculiar.

Primeiro Passo: Um gajo dirige-se à Universidade quando está a escurecer.

Segundo Passo: Anda-se às voltas com a mão nos bolsos a procurar uma boa alma (normalmente um drogado), com cara de ressaca (normalmente um drogado) a tentar vender bicicletas.

Terceiro Passo: Uma vez esquecidos todos os pensamentos éticos e morais do tipo “Não devia estar a comprar uma bicicleta roubada a uma boa alma por outra boa alma” deve-se contactar a… boa alma. Uma boa forma para superar este passo com sucesso é pensar que a tua bicicleta vai ser temporária. Haverá sempre uma boa alma que te vai lixar o cadeado e roubar a tua menina (bicicleta). A questão é quando….

Quarto Passo: Se a boa alma disser que quer vender a bicicleta, pergunta-se por quanto, dizendo-se logo a seguir que é muito caro

Quinto Passo: Perguntar à alma caridosa se se pode dar uma voltinha na bike, “só para experimentar”.

Sexto Passo: Feito o teste à qualidade do produto e caso este seja aprovado, é muito importante não esquecer este passo! Perguntar à alma caridosa o seguinte: “Por acaso não és polícia, pois não? “. Ë que nesta questão a Holanda continua a ser um país muito engraçado. Há policias à paisana que se armam em …engraçados e que tentam passar por almas caridosas e vender meninas (bicicletas) à malta. Mas como país engraçado que é, se se tratar de um bófia, este não pode mentir. Tem que dizer claramente que é polícia.

Sétimo Passo: Responder à pergunta do drogado “Não… Tb não sou polícia”

Oitavo Passo: Renegociar o preço da menina.

Tive sorte. A bicicleta estava em excelente estado e paguei 20 Euros por ela. A boa alma foi super correcta e disse: “Gamei a bicicleta há 10 minutos na rua X. Talvez seja melhor não ires por la’” . Confesso que não fiquei muito preocupado: pela altura do selim ou era um anão, ou um gajo baixo, ou uma miúda. Se fosse preciso porrada estava mais que pronto.
O Javi, o Diego e o Juan também estavam por lá. O Diego também comprou uma bicicleta.
O mais engraçado foi que comemorámos as compras com uma janta num restaurante chinês. Ao estacionar a bicicleta encontrámos a boa alma que me tinha vendido a menina. O Javi, com o seu humor disse: “Ó Mister! Veja lá se não nos rouba a bicicleta!”. Não é que o gajo com grande lata responde: “Se tiver um bom cadeado, não há problema!”
Já não se fazem boas almas “como em antes”…