quarta-feira, novembro 14, 2007

Video On Demand do pacote aplicável à realidade

Ontem uma grande amiga disse-me que, uma pessoa que percebe imenso do assunto, a aconselhou a mensalmente fazer um balanço do seu estado de espírito. A rever a sua relação, desejos, emoções, planos, desvios e expectativas. Pelo que entendi não de uma forma obesessiva, mas com calma e ponderadamente. A própria pessoa que entende imenso da cena, disse que aplicava o conselho às suas vivências. "Oras" aí está a diferença entre as pessoas que são excelentes a dar conselhos e os conseguem aplicar com sucesso às suas práticas e as outras (como o je) que dão bons conselhos, mas quando chega o momento de os aplicar ao seu dia-a-dia, esquecem-se deste último passo. Adiante...


A UPC (empresa do Malone que me paga o salário - pf não confundir pela enésima vez com UPS), lançou há já algum tempo o Transactional Video On Demand. O típico holandês louro e alto, ou a típica holandesa, loura, alta e fria, podem, a qualquer hora do dia ou da noite, sentados no seu sofá, encomendar um filme. A diferença em relação ao NVOD (Near Video On Demand) já praticado por aqui, é que o pacote, é válido por 24 horas. Pacote? É linguagem de emigra e não breijeira: lá no trabalho/ burgo chamamos ao filme package...

Assim sendo, durante um dia, o louro (ou a loira), o menino (ou a menina) podem usufruir de um pacote novo. Podem até ver o pacote quantas vezes quiserem. Podem fazer o Zoom no Pacote. Fazer rewind e slow motion do pacote. Podem até comprar um pacote de pipocas e convidar os amigos para verem o seu pacote (que breijeirice!)

Ora qual a relação que encontrei entre estas duas realidades desconexas, quando acordei hoje mais maduro de manhã no lado direito da cama (sempre acordando de "uma forma diferente dos outros dias" )?

É que sem mais nada para fazer e não podendo ir à Fnac (ainda estou inibido judicialmente de conduzir, justiça injusta que condena os brothers que são apanhados com uns gramas por litro a mais de Jameson no sangue e deixa os outros brothers assaltar bombas de gasolina à vontade), não podendo ir à Fnac (repito-me porque cada vez escrevos frases mais longas e Lobo Antunianas sem vírgulas ou pontos finais), não podendo ir à Fnac e não tendo nada para fazer, pensei: " puto... e se este último ano fosse como um pacote daqueles que os Holandeses têm direito?"
E se ao fazer o tal balanço (tb é quase Dezembro e gajos e gajas relêem o horóscopo e os planos concretizados e adiados do ano anterior, tipo ir ao ginásio, ter um filho, deixar de fumar...) pudéssemos fazer o pause em certos momentos da nossa vida, reflectir por mais uma ou duas horas, jantar e carregar novamente no play a esse momento? Se pudéssemos evitar respostas implusivas? Se conseguíssemos prevenir aquela sensação de ficar surpreendido quando a parceira nos pergunta estás "preparado para" uma cena? Se conseguíssmos apagar (ou mais chicamente fazer o delete/ rollback) a certas decisões? Do género e se em Maio eu não tivesse feito cara de parvo e tivesse dado um grande abraço a uma prova de amor do caraças? (perdoa-me não estar habituado a provas de amor :) )

E se pudesse passar em fast forward os momentos que não gostei?

Era do caraças? Acho que não... A vida perdia metade da graça. Quero o meu pacote impulsivo e irracional, ponderado e por vezes racional, tal e qual é agora. Quero continuar a pensar mais em mim quando tomo uma decisão e mais em ti quando és tu a tomá-la.

Fora o TVOD.... Fiquem os loiros e as loiras com o seu pacote virtual.

Té já

PS: os colegas do marketing dizem que mais de 70% do revenue do TVOD vem dos filmes menos convencionais...

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